Água-mãe - 392 páginas

JOSÉ LINS DO REGO
GLOBAL EDITORA



Estoque: 13

Ao comparar obras como Menino de Engenho e Pedra Bonita com a vida do autor José Lins do Rego, o leitor vai encontrar muitos aspectos semelhantes. Assim como Carlinhos, protagonista do primeiro, ele foi criado no engenho da sua família. E assim como Bentinho, figura central do segundo, também chegou a enfrentar um pouco do movimento do Cangaço. Suas obras ficaram conhecidas não apenas por serem parcialmente baseadas na sua história pessoal, mas também pela sua forma pertinente de caracterizar o nordeste do começo do século passado. Em Água-mãe, no entanto, ele passa a usar um pouco mais do conhecimento que adquiriu quando se mudou para o Rio de Janeiro, já na fase adulta da sua vida. Ao fugir da sua temática habitual do nordeste, José Lins do Rego acompanha a história de três famílias que moram em Cabo Frio, no Rio de Janeiro: a família Cabo Candinho, de pescadores pobres; a família da dona Mocinha, de classe média; e, por fim, a família Mafra, que são ricos e compram a Casa Azul, ambi entação que permeia sempre a trama imersiva do autor. De classes sociais diferentes, a única coisa que as pessoas presentes na narrativa tem em comum é o fato de que elas moram nas margens do rio Araruama, e que suas vidas são regadas por tragédias. Abordando os costumes de cada uma das famílias, Água-mãe tem um contexto social importante e essencial para entender os personagens, como nas outras obras de Zé Lins. Dessa vez, ele explora assuntos como desigualdade social e os valores conservadores da sociedade, ao mesmo traçando um paralelo entre essas pessoas e como suas vidas estão interligadas pelos sentimentos humanos mais viscerais e devastadores. O interior do Rio de Janeiro como pano de fundo é extremamente importante para a narrativa em si, claro, mas são essas figuras que se destacam, principalmente as mães da história.
Ao navegar no nosso site você declara estar de acordo com nossa Política de Privacidade